domingo, 21 de janeiro de 2024

Notas finais

 Caros alunos, tendo em conta o trabalho final e as restantes participações (aula, outros exercícios, blog) eis as notas finais. Antes de as lançar definitivamente, deixo-as aqui, para o caso de alguém ter alguma questão. 

Nota: podem ir a exame de melhoria sem prejuízo da nota. 


1.       Ana Carolina Santin Guerra – 18 

2.       Ana Catarina Mogas – 16

       Ana Luísa Vasconcelos – 16

3.       Ana Marta Gouveia – 17

4.       António – 18

5.       Beatriz Flores – 17

6.       Beatriz Silvestre – 17

7.       Bianca – 18

8.       Catarina Vieira – 17

9.       Francisca Nóbrega – 16

10.   Inês Martins – 16

11.   Inês Vidal – 18

12.   Joana Peres – 16

13.   João – 18

14.   Karen – DESISTIU

15.   Luísa Gonçalves – 16

16.   Mafalda – 18

17.   Marcela Neublum – 18

18.   Margarida Madeira – 17

19.   Maria Clara Pedroso Alves – 17

20.   Maria Fonseca – 17

21.   Mariana Fernandes – 17 

22.   Nazaré Matias - 18

23.   Patrícia Cunha – 16

24.   Soraia

25.   Vanessa 

26.   Pedro – 18


sábado, 13 de janeiro de 2024

Eram todas boas contracapas (Parte II)

Este exercício ajudou-me a desenvolver o pensamento crítico no que a capas e contracapas diz respeito. Por cada nova ida a uma livraria sei que já não irei ver o livro da mesma forma. Isso é bom pois era essa a minha intenção: entrar uma pessoa e sair outra diferente. Igual é que não poderia ser. Seria sinal de estagnação ou de involução. Com esta última parcela dou assim por terminada esta tarefa que tanto gosto me deu fazer. Com paixão tudo fica sempre mais simples e sem grandes esforços.


As crianças, assim como os adultos, têm pouca paciência para tretas. Quanto menos informação melhor. Esta contracapa de Algures na Neve cumpre essa missão. Trabalhar mais o poder da imagem é o que sempre recomendo. Gosto da ausência dos protagonistas (que figuravam na capa). Sugere que partiram os dois na sua aventura que só iremos encontrar no interior do livro. Só não gosto da remoção das pegadas na neve que estavam na capa. Teria ficado tão giro mas o código de barras também não permite espaço para muita criatividade. 


Esta contracapa deve ter sido um dos esquecidos de esquecidos de domingo. É um dos casos em que a contracapa borra toda a pintura quando a comparamos com a capa misteriosamente encantadora. Lá se foi o efeito e prazer da descoberta com toda esta densa mancha gráfica. Nem a referência à vitória de tantos prémios me convenceu. Revela em demasia. Parece aqueles trailers que vendem toda a intriga. "Gastei eu quase 10€ de bilhete. Mais valia ver o trailer umas duas ou três vezes e estava visto o filme". Quem nunca caiu nesse engodo?


O pequeno e discreto gráfico de medição da intensidade sonora deixou-me satisfatoriamente zonza. São pequenos pormenores (aparentemente insignificantes) aos quais dou muita importância por serem inventivos. O Bruno Nogueira como Bruno Nogueira que é até dispensava texto de contracapa porque seria capaz de vender Coca-Cola até num deserto. Eu teria resumido a sinopse só a esta frase: "Ao preparar este livro percebi que as coisas dentro da minha cabeça fazem muito barulho".


A visão da criança sobre o mundo resumida a uma frase. Tudo parece maior do que é na realidade porque se é ainda muito pequenino e tudo muito GIGANTE. Tanto a capa como a contracapa de As mãos do meu pai são incríveis. A mestria reside ainda mais no seu interior. De forma singela e respeitadora o autor conta uma história que não precisa de ser contada. Basta ser vista para ser sentida. Só com recurso ao desenho a cores (sem falas nem narração) vemos a nossa vida reflectida com o contraste (e paralelo) entre a infância do menino e a fase posterior como cuidador informal do seu pai. Uma total inversão de responsabilidades. A vida que para uns já o é, e a que será um dia para outros. Este livro foi o melhor que encontrei em toda esta tarefa. Fez-me lembrar aquelas pessoas bonitas por fora e que se revelam mais bonitas ainda por dentro. 

Sinopses e trailers assim precisam-se!


Vanessa Oliveira Anjos.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Sobre os jornais

 Luís Ribeiro (do FB)

Sobre a decadência do jornalismo

Na primeira metade da minha carreira, aí até 2010, 2012, mais coisa menos coisa, a Visão tinha uma redação grande, mas que ainda assim parecia pequena para os níveis de exigência de então. Um artigo de abertura (6 a 10 páginas) era obrigatoriamente uma reportagem com vários casos pessoais, muitas vezes espalhados pelo País (chegávamos a fazer centenas de quilómetros para ir buscar uma história, porque Portugal não é só Lisboa e se o tema era nacional, tinha de ser nacional). Davam-nos pelo menos duas semanas para fazer o trabalho, porque, diziam-nos os mais velhos, a Visão não é um pasquim qualquer, cada prosa tem de ser escrita como se fosse uma peça de literatura. E a exigência não era só no nível de escrita: havia uma série de apertadas regras jornalísticas e do livro de estilo a seguir (“Tens de pedir sempre o nome e apelido, idade e profissão”, e ainda hoje tenho suores frios com as vezes que me esqueci de pedir a idade). O texto passava depois por um editor (que muitas vezes o mandava para trás para ser reescrito; sim, havia tempo para isso), depois um desk e finalmente um revisor. No caso de ser capa, ia ainda ao diretor.

E então veio o declínio. Com a oferta de notícias na internet, a revista (tal como os jornais) foi perdendo leitores. Os tempos de 65 mil revistas vendidas em banca, mais umas 30 ou 35 mil em assinaturas, rapidamente passaram a “É espetacular se vendermos 20 mil”. A publicidade passou a valer cada vez menos, os anunciantes fugiam para as redes sociais. Não havia dinheiro para contratar sangue novo, essencial para manter uma redação viva e estimulante, nem para aumentar os melhores jornalistas, que foram saindo na busca legítima de melhores condições, muitos deles abandonando o jornalismo. A redação envelheceu e emagreceu, ao mesmo tempo que o trabalho se multiplicou. Somos hoje um terço dos jornalistas que éramos e, em cima disso, passámos a ter de trabalhar muito, muito mais, porque é preciso “alimentar o site”. Deixámos de escrever e passámos a produzir. Já não há desks. Não há gente nem tempo para ler e editar os artigos publicados no site. Somos poucos e é preciso gerar volume e tráfego e há que trabalhar para o algoritmo, para nos mantermos relevantes no espaço noticioso. Quê, duas semanas para fazer uma reportagem?! Mas julgas que vai sair daí o Pulitzer, é? E o que vais dizer aos teus colegas do lado, que vão ter de trabalhar a dobrar para compensar o teu engonhar?

Não, já não me preocupo em pedir o nome e apelido, idade e profissão de cada um, porque estou mais preocupado em despachar o artigo e tenho mais dois para fazer ainda hoje. Não, já não percorro centenas de quilómetros para falar com “aquela” pessoa, apesar de o tema ser nacional. Não, já não vou ao estrangeiro fazer reportagem, porque não há dinheiro para viagens e hotéis. Não, nem sempre consigo cruzar a informação com todas as fontes que quero, porque há que dar a notícia já, antes que outro a dê, e as preciosas horas que passámos nisto vão por água abaixo. Não, não há a mínima perspetiva de ser aumentado, por mais que me esforce.

Estamos todos presos neste ciclo de decadência contínua, em que o rigor e a qualidade se perdem por falta de tempo, e a falta de rigor e qualidade levam à perda de leitores, e a perda de leitores leva à perda de receitas, e a perda de receitas leva à perda e apatia de jornalistas, e a perda e apatia de jornalistas leva à perda de rigor e qualidade.

Caros leitores, isto não é uma justificação, mas apenas uma explicação. Vocês merecem mais. Nós sabemos isso. E fazemos o melhor que podemos. Não está fácil. Mas vamos continuar a lutar. O jornalismo é das profissões mais nobres do mundo. Acredito tanto nisso hoje como em 1999, quando entrei, fascinado até ao arrepio, pela primeira vez na Visão. Mais, até. Não é um trabalho, é serviço, é amor, é paixão, é a nossa vida.

Acompanhem-nos nesta luta. Ajudem-nos a fazer melhor. Continuamos a ser jornalistas até à medula. Não vamos desistir do jornalismo. Não desistam de nós.

Aula 13 (10/1)

 Desde já, obrigado pela vossa paciência. Votos de muito sucesso. 

E deixo já aqui a foto do GRANDE EDITOR que foi o camarada José Estaline. Não sei se a New Yorker vos deixa aceder ao artigo, mas aqui fica um par das fotos referidas:




Imaginem a legenda da imagem abaixo sem aspas. Faria diferença?

E uma palestra interessante sobre como o medo de errar mirra a criatividade. Aqui.




terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Eram todas boas capas (Parte II)

Podemos seguramente aprender com os nossos erros e com os erros de terceiros. Podemos também aprender com os modelos de quem sabe o que faz (ou que procura sabê-lo). Hoje trago alguns exemplos de capas de livros que considero como bons modelos de cover design. São demasiado bons e só por isso não chegam a ser perfeitos. São capas muito bem conseguidas, tendo estas um ou outro defeito (se é que se pode aplicar esta palavra a este campo de subjectividade) que não afecta em nada o seu resultado final. Que todos os defeitos do mundo fossem como estes e estaríamos todos a salvo.


O que esconde aquela flor? Qual a razão da colocação da flor que oculta um rosto? Esta flor e não outra porquê? Tudo perguntas que precisam de respostas. É o género de perguntas que procuro ver respondidas num livro. Esta capa desperta em mim o factor mistério que precisa de ser desvendado. Pessoalmente retiraria a referência às outras obras da autora porque o título e a fotografia falam por si.


Representa bem a expressão "menos é mais". Simples na imagem e nos tons usados, sem fazer uso de grandes artifícios. A esquadria que enquadra uma imagem cujas margens parecem envelhecidas e desgastadas quase evocando a memória que uma fotografia transmite, como se colada num álbum de família. O detalhe do "i" em mia nunca me cansa.


Sinto o corpo gélido sempre que olho para esta capa. Gélido no bom sentido. A enormidade (e tonalidade dominante) das árvores em contraste com o tamanho das figuras animadas deixa-me sempre encantada (man vs nature). E o rasto das pegadas na neve juntamente com o pormenor do cachecol sujeito à acção do vento? Sinto-me imersa no universo que faz suscitar. Como que perdida algures na imensidão da neve e da natureza junto deste alce e desta criança.

     

   Quando um livro consegue provar que ainda é possível fazer MAIS, MAIS E MAIS. Lindo no conceito. Lindo na execução. Lindo no simbolismo em torno do amor paternal. Contam as más-línguas da família que o meu pai quando pegou em mim a primeira vez tinha medo que caísse no chão e me encangalhasse toda. Deve fazer parte da fragilidade e do medo de ser pai. Um pai que protege a cria com as suas enormes mãos de todos os perigos. Esta capa traduz tão bem esse amor paternal. Um amor que ganha aqui a forma de cartão e papel. 

Vanessa Oliveira Anjos.

sábado, 6 de janeiro de 2024

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Eram todas boas contracapas (Parte I)

Depois do exercício da última aula percebi que sou medíocre a pensar sinopses quanto mais a executá-las (a minha ficou em branco). O lado positivo de se ser medíocre nessa competência de edição é que se pode deixar de ser medíocre. O lado mau de se ser bom é que a pessoa pode acomodar-se e deixar de ser bom para passar a ser medíocre. O lado positivo disso é que se pode retornar ao início, recomeçar todo o processo para corrigir falhas e ser mais competente da próxima vez.

Elaborar textos para contracapas tem sido um desses pontos fracos em que preciso de trabalhar e percebi-o mais ainda quando não consegui criar a sinopse para o exercício de aula. Não sabia simplesmente por onde começar. Não saber por onde começar é já em si um bom começo porque se percebe que há um diagnóstico que precisa de tratamento. "Aprender vendo como se faz". Um dos ensinamentos que temos escutado várias vezes em aula. Eu diria mais. Aprender vendo como se faz mas acima de tudo como não se deve fazer. Analisar (e não desvalorizar) atentamente os erros de terceiros pode funcionar em si também como uma boa ferramenta de aprendizagem para superar as dificuldades que nós próprios temos ou que ainda nem descobrimos que temos.

A literatura e tudo quanto está ligado a esta não é uma ciência exacta. Se o fosse deixaria de ser literatura para passar a ser qualquer outra coisa (estranha talvez). Por isso creio que o universo de criação de capas e de contracapas também funciona como uma ciência não exacta, que vive muito das preferências, de um modo de ver e das escolhas individuais (ou em equipa) que são tomadas. 

Dou assim continuidade ao anterior exercício de comentários, desta vez com contracapas, mas que na verdade não passa de uma mera crónica de opinião. O que constituem boas escolhas para uns revelam-se más escolhas para outros. O bom das opiniões é que não são nem boas nem más: são sim todas válidas ao debate, sendo essa uma das riquezas de uma comunicação interpessoal próspera e saudável.


Quando voltamos o livro e o cenário se agrava ao olharmos para a contracapa. Já o grafismo da contracapa de Criaturas Extremamente Inteligentes supera o da capa por ser mais discreto e por sugerir que o universo do livro é passado na água mas sem precisar de entregar muito. Alia o drama humano ao fantástico. Tem potencial mas mal aproveitado.


Se calha esta citação estar na contracapa, e se o design gráfico da banana estivesse na capa (cuja letra tem uma fonte que me agradou), possivelmente ter-me-ia desgraçado nessa tarde porque abria os cordões à bolsa para o comprar. Uma excelente citação no lugar errado. Ao contrário da colega Soraia que escolheu a citação perfeita para o lugar perfeito. E de tão bem escolhida que foi que eu pessoalmente até dispensava sinopse. Esta citação, assim como a da apresentação da Soraia, têm um elemento em comum e que me leva a comprar: aguçam a curiosidade do leitor.

                                           
Quando se é um incrível escritor de literatura regional que nem se precisa de texto de contracapa para se promover. Basta uma pequena ilustração para brilhar e veicular aquela impressão geral da raposa das fábulas como aquele ser matreiro que passa a vida a fazer pouco e a passar a perna aos outros. Aqui foi mesmo o Aquilino Ribeiro a passar a perna a outros escritores da concorrência no género literário do regionalismo.


Quando a contracapa não honra a capa. Esta última tem algumas falhas mas a contracapa de O Fantasma de Anya não lembra ao Diabo. Nem desgosto da sinopse a contornar o corpo da protagonista que vai em queda livre. Pelos vistos não é a única em queda livre porque a equipa responsável por esta contracapa desleixou-se a vários níveis. A caveira na parte inferior como se deitada no poço à espera de Anya? Uau! Adoro essa ideia! Logo depois surge ofuscada pelo selo da editora. Muito errado. A clássica cartada das críticas? Hum, cortava. Gosto dos trailers que nada revelam. Aqui surge demasiada informação revelada a meu ver.

P.S. Os quadrados coloridos que foram digitalmente inscritos nas imagens servem para tapar a publicidade feita a um grande grupo económico da distribuição livreira. Certamente que não precisam da minha boa ou má publicidade para venderem os seus produtos.

Vanessa Oliveira Anjos.

I told you so

 


Non stop dance...

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Uma nova forma de ler

 Deparei-me recentemente com o livro Ex libris- confessions of a common reader de Anne Fadiman. É um pequeno livro humorista de ensaios relacionados com uma vida de leituras. Como qualquer livro de ensaios podemos ler os capítulos pela ordem que quisermos, pelo que comecei a minha leitura pelo ensaio “Never do that to a book”. Aqui, a autora relata pequenas anedotas sobre a relação que diversos membros da família dela têm para com os livros que estão a ler.

Deixo aqui um pequeno parágrafo que me chamou a atenção por ser uma maneira… interessante de ler novos livros:


Ana Luísa Vasconcelos

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Sumário da aula de hoje (3/1/24)

1. Sermão de abertura. Explicação da sebenta, que estará disponível na Casa das Folhas (que fecha às 18h)

2. Elogio da simplicidade

2.1. Apresentação da curta Pai e Filha, de Michael Dudok de Wit. Aqui

2.2. Exercício em aula: resposta a quatro perguntas e revisão/edição do trabalho da colega. 

2.3. O Monge e o Peixe. Aqui

2.4. Um auto-retrato de Almada, que podemos ver primeiro numa folha de papel, depois nos azulejos de uma estação de metro e por fim à beira-rio, junto ao Cais do Sodré. 

3


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3. O essencial e o acessório. 

3.1. O Poema-Processo de Fernando Aguiar em homenagem a Álvaro de Sá. Ao minuto 1'40'' aqui. 

3.2. Alguns cartoons engenhosos e um genial e tocante (o do Quino). . 






terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Eram todas boas capas (Parte I)

Antes das férias de Natal passei numa livraria na minha área de residência e fiz um exercício de análise comparativa de capas e de contracapas. Não é uma livraria catita e independente como a que Penelope Fitzgerald retrata em The Bookshop, mas ainda assim proporcionou-me aquele aconchego que um bom livro e uma chávena de chá trazem. 

Inspirada no título do filme Eram todos bons rapazes, criei o título desta entrada com base naquela que era antigamente a minha visão inocente sobre as capas/contracapas quando ia a uma livraria. Era exclusivamente uma visitante-leitora. Sou ainda visitante-leitora mas agora mais chata porque me tornei mais crítica com o objecto livro, característica que foi sendo trabalhada ao longo do semestre. 

Já não entro numa livraria com a mesma postura de antigamente. Já não entro como leitora apenas mas também com um olhar que se procura mais profissional. Tendencialmente mais profissional mas sempre me ensinaram que o que interessa é a intenção não é verdade? 

Eram todas boas capas até deixarem de ser tão boas assim. Todas as capas, umas mais do que outras, pareciam excelentes aos meus olhos. Qualquer livro era susceptível de causar uma boa impressão em mim só pelo facto de ser livro. Como se fosse o critério mínimo e máximo para se ser interessante. Como se ter diamantes inscritos num colar fizesse dele automaticamente bonito. 

Não elaborei um ranking de capas e de contracapas, optando antes por comentários breves que resumem a impressão que cada uma delas causou em mim como visitante-chata. A dada altura senti-me como um daqueles clientes mistério ou pior ainda: um intruso a espiar para a facção inimiga. 


Quando a capa tem DEMASIADO TUDO. Demasiado texto. Demasiada cor. Demasiados elementos do grafismo. Para começar dispensava a frase promocional por cima do título da obra.


Quando a ânsia pelas vendas "mancha" uma ilustração carregada de lindíssima obscuridade. Os prémios literários são excelentes mas podiam ter ficado na contracapa porque a capa é o gancho que faz ler a sinopse. O ilustrador merecia essa atenção porque um bom trabalho sobrevive aos prémios.


Mario Vargas Llosa pode até ser rabugento mas esta capa não o terá arreliado. Cheguei a pensar que tinha um brilho criado artificialmente mas afinal é da ilustração feita com recurso ao jogo de sombras e de luz criando essa ilusão. Só não dou 5 estrelas porque já tem uma lua.


Quando uma capa não precisa de fazer muito "barulho" para ser bem conseguida. Sóbria na tonalidade, no grafismo e na organização (com um ou outro pequeno detalhe a modificar). Como o desenho figurativo nos sugere, faz-nos desejar tapar os ouvidos, esquecer o mundo e mergulhar no livro. 

Vanessa Oliveira Anjos.

Editing Etiquette

Encontrei um artigo que toca na etiqueta de editar e achei relevante partilhá-lo, visto que se relaciona com este tema abordado em tantas aulas. Inicialmente pensei que fosse tratar da perspetiva e liberdade do editor, mas rapidamente percebi que apresenta a perspetiva do escritor, o que torna o artigo bastante mais engraçado.

https://stevelaube.com/editing-etiquette/

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Com delicadeza, chega-se a todo o lado.

Numa das minhas leituras de Natal, deparei-me com a frase que passo a citar:

 

“Com o chapéu na mão, pode atravessar o país inteiro.”

Sobre os sonhos, Sigmund Freud, 39

no original:

“Mit dem Hute in der kommt man durchs ganze Land.”

 

que significa algo como:

“Com delicadeza/educação, chega-se a todo o lado.”


Achei interessante partilhá-la, por considerar que expõe, com bastante clareza, um dos trabalhos de um editor. Nunca estar a trabalhar, estando sempre a trabalhar.


Bom ano de 2024!


António F. Vicente, 02/01/2024

Notas finais

 Meus caros, aqui estão as notas que encontrei após tentar ser o mais justo que posso. Qualquer queixa, agradeço que a façam até terça às 13...