Antes das férias de Natal passei numa livraria na minha área de residência e fiz um exercício de análise comparativa de capas e de contracapas. Não é uma livraria catita e independente como a que Penelope Fitzgerald retrata em The Bookshop, mas ainda assim proporcionou-me aquele aconchego que um bom livro e uma chávena de chá trazem.
Inspirada no título do filme Eram todos bons rapazes, criei o título desta entrada com base naquela que era antigamente a minha visão inocente sobre as capas/contracapas quando ia a uma livraria. Era exclusivamente uma visitante-leitora. Sou ainda visitante-leitora mas agora mais chata porque me tornei mais crítica com o objecto livro, característica que foi sendo trabalhada ao longo do semestre.
Já não entro numa livraria com a mesma postura de antigamente. Já não entro como leitora apenas mas também com um olhar que se procura mais profissional. Tendencialmente mais profissional mas sempre me ensinaram que o que interessa é a intenção não é verdade?
Eram todas boas capas até deixarem de ser tão boas assim. Todas as capas, umas mais do que outras, pareciam excelentes aos meus olhos. Qualquer livro era susceptível de causar uma boa impressão em mim só pelo facto de ser livro. Como se fosse o critério mínimo e máximo para se ser interessante. Como se ter diamantes inscritos num colar fizesse dele automaticamente bonito.
Não elaborei um ranking de capas e de contracapas, optando antes por comentários breves que resumem a impressão que cada uma delas causou em mim como visitante-chata. A dada altura senti-me como um daqueles clientes mistério ou pior ainda: um intruso a espiar para a facção inimiga.
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