[Sem título]
Era uma vez um dragão. Este dragão guardava o seu tesouro mais precioso no seu esconderijo subterrâneo secreto. Saía uma vez por semana para esticar as asas. Quando saía, para garantir que ninguém chegava ao tesouro sem que ele desse conta, deixava-o atado por um fio invisível a uma enorme campainha.
Durante
séculos pôde esticar as suas asas tranquilamente nos seus passeios semanais.
Até que um dia… Ele ouviu. Aquele som tão agudo que contava nunca ter de ouvir.
Seria da cabeça dele? Quereria ele ouvir a campainha, ansiando companhia? Passaram-se
uns segundos até que ele finalmente reagisse. Claro que não queria companhia! O
esconderijo era secreto para evitar isso mesmo. Ainda assim, tentou ver quem ou
o que era sem ser visto.
Ao
espreitar, avistou um pobre ser humano, assustado com o som da campainha e a noção
de que estava prestes a ser apanhado. O humano ajoelhou-se e juntou as mãos
implorando para que o dragão não lhe fizesse nada. O dragão riu-se interiormente,
pensando que podia aproveitar aquele momento para se divertir às custas daquele
pobre coitado, que finalmente o tirava daquele tédio. Não, não o faria. Mesmo
depois de tanto tempo enfiado naquele buraco, que era a sua casa, mantinha os
seus princípios e bom senso. Aproximou-se do homem e esticou-lhe uma asa. O
pobre tinha um ar assustado, mas porquê se o dragão até estava a ser simpático
com ele? Não era o dragão mais assustador de todos. Nem era particularmente
grande. Nem tinha intenção de o comer. Conhecia um dragão que por esta altura
já o tinha devorado. O dragão tentou mostrar um ar inocente. Brincou com o
humano, dando-lhe pequenos toques de asa, mas isso só parecia assustá-lo mais.
Para deixar claras as suas boas intenções. Decidiu mostrar-lhe o seu tesouro.
Quando
o dragão abriu o esconderijo, os olhos do humano arregalaram-se. O medo deu
lugar à cobiça. Diante daquele tesouro, o humano mudou de ideias e decidiu que
iria roubá-lo. “Ingrato!”, pensou o dragão, percebendo a nova intenção do
humano. “Roubar o meu tesouro? Nem pensar!” Bateu-lhe com a asa e devorou-o ali
mesmo e depressa que já estava na hora da sesta.
Luísa
Margarida
Marcela
Beatriz
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