sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Um romance é igual à Enciclopédia Britânica?

Em certo sentido, comparar um romance com a Enciclopédia Britânica pode revelar semelhanças superficiais. 

Ambos passaram pelo crivo de um editor de aquisições, encarregado de prospetar novos projetos para sua editora e planejar a grade de publicações do próximo ano. Também passaram pelo olhar atento de um editor de arte, responsável por dar vida ao projeto gráfico, à paginação e à capa do livro, e por uma gráfica que cuidou do processo de impressão. Em todas essas etapas, foram acompanhados de perto por um Editor, que orquestrou esse processo editorial do começo ao fim, sem perder o foco no conteúdo. 

Entretanto, ao olharmos para os detalhes do escopo de trabalho de cada um desses profissionais em contextos tão distintos (por um lado, um selo trade; por outro, um selo CTP), podemos concluir que, na realidade, um romance não é igual à Enciclopédia Britânica. 

Há quem diga que um Editor, após vivenciar a edição de manuais escolares, seria capaz de editar qualquer tipo de livro, mas o contrário nem sempre se aplicaria. Isto é, um editor de romances que por acaso se aventurasse no mercado de livros escolares muito provavelmente teria de enfrentar desafios complexos, esbarrando em novos processos e métodos de edição. Já um editor de manuais escolares, se por acaso voltasse a editar romances ou entrasse nesse mundo pela primeira vez, sentiria como se estivesse a passear por campos verdejantes, numa tarde serena de um verão tranquilo, à beira de um rio.

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