sábado, 21 de outubro de 2023

A feira permanente

A feira do livro é o evento onde escritores, editoras e livreiros expõem obras diversas. Realizada com o objetivo de incentivar o hábito da leitura e de criar laços entre autores e leitores, é o espaço onde os contadores de histórias pedem para ser lidos. Este é um evento físico com hora e data marcada. Para muitos, isto é o mesmo que dizer que está em vias de extinção. 

Poderiam os autores e editoras sobreviver se apenas utilizassem este evento para a promoção da literatura? Só se quiserem fazer dinheiro duas vezes por ano. A verdade é que  já quase não sobrevivem agora. Não existem feiras das redes sociais e todos sabemos porquê: elas simplesmente não precisam. A tentativa de encontrar e prender leitores é permanente. Quem se pode dar ao luxo de não promover continuamente uma obra é quem não vende o livro, mas sim o nome próprio.

A palavra, por si só, pouco faz. Juntem muitas palavras e criem um livro. De repente, têm um objetivo de vendas, um prazo limite e possíveis consequências graves. O livro pode ser arte, mas a sua dimensão imaterial acaba aí.  As partes interessadas, sejam os autores ou as editoras, estão num estado permanente de divulgação do seu trabalho. Esta é a condição para se criar algo que  ninguém pediu. O que é que não precisava de feiras? As redes sociais. Pois bem, estão são utilizadas para tentar vender tudo o que existe. Às vezes o que não existe também, como o sentimento que um livro nos dá, mas é muito difícil vender sentimentos. A divulgação tem de ser deliberada, direcionada e, principalmente, contínua.

Beatriz Flores

Sem comentários:

Enviar um comentário

Até sempre

 Terminado este ano, muito obrigada pelas partilhas, Rui Zink. Muita sorte a todos os que ainda vão entrar no mercado de trabalho.  Façam mu...