1. O princípio do constrangimento
1.1. ajuda a libertar cabeça e mão. Parece um paradoxo mas é como o soneto de Camões «Amor é fogo que arde sem se ver». Aliás, como observou Jorge Luis Borges num ensaio breve mas luminoso sobre Oscar Wilde (ou luminoso precisamente porque breve), os oxímoros e outros paradoxos são muitas vezes a expressão mais eloquente do bom senso.
1.2. OuLiPo. Quem se quiser interessar pelo OuLiPo, pode fazer pesquisas. Há vários livros com os seus exercícios e constrangimentos, além de livros concretos (ficção, poemas, peças) esctiros escritos pelos seus membros.
1.3. Importante é usar o instrumento adequado. Muita gente não o faz e depois falha, não por falta de jeito, apenas por falta de presença de espírito. Um exemplo flagrante (não dado em aula) é o anagrama. Basta pegarmos num nome e alterar a ordem das letras. O OuLiPo «inventou» o Belo Casamento: oferecer a um par de namorados um anagrama com os nomes de ambos. Aqui torna-se claro que, se fizermos só contas de cabeça, será muito diferente de usarmos a caneta para as várias tentativas. Mas há um instrumento de escrita ainda melhor: a tesoura. Se escrevermos as palavras a usar no jogo e depois cortarmos as letras com uma tesoura, fica muito mais fácil baralhar as letras e vê-las como aquilo que doravante são, as peças do jogo com que vamos jogar.
2. Fizemos os exercícios 8-10. Notável como toda a gente (pelo menos 100% das que ouvimos em aula) conseguiu fazer uma boa história com apenas três palavras, obedecendo ao constrangimento imposto.
3. Mini masterclass com Rita Ray
E tivemos uma breve visita de Rita Ray, tradutora do português e do francês para língua bangla.
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