O Bill Clinton parece ser um tipo fixe mas o seu editor (na acepção inglesa) não lhe fica nada atrás. Entre as páginas 246 e 257 do seu livro de memórias, Robert Gottlieb descreve como foi a experiência de trabalhar com o antigo presidente norte-americano na edição do seu livro de memórias, My Life (2004).
Através do seu testemunho percebe-se como o editor não se limita a ser meramente um revisor, um gramático, um espectador passivo do texto sem participação no mesmo. Vai mais além do que isso. É também um ávido leitor. Assim como um bom tradutor deve procurar ler mais acerca do autor e da obra que vai traduzir para ser bem sucedido, o mesmo processo acontece com um editor.
Robert Gottlieb revela-se um bom leitor de pessoas, de almas e de rostos até. Procura não só compreender o que o texto procura comunicar, assim como o homem que está por trás do autor. A forma como colabora com Bill na escolha da capa final do livro revela isso mesmo. Revela mais ainda. Revela também que não ignora a audiência a quem este livro de memórias se dirige porque esses leitores queriam encontrar o homem real naquelas páginas e não a figura protocolar do Presidente com todos os seus inerentes formalismos. O editor é assim um amigo de pessoas e um curioso do mundo.
Vanessa Oliveira Anjos.
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