segunda-feira, 23 de outubro de 2023

9.4: Nada/Tudo está por inventar

 Nada Tudo está por inventar

No que toca à evolução do livro nos últimos anos, pode parecer que tudo o que tinha a ser inventado, já o foi. Este sentimento exasperante deriva da abundância de conteúdo ao nosso alcance com apenas um clique, o qual faz parecer impossível ter um pensamento original. No entanto, a história tem um precedente de nos surpreender.

O que durante muito tempo sempre foi um aglomerado de folhas, hoje vem a ser representado de variadas formas e a diversidade dos formatos do livro alimenta o recorrente debate “o formato digital substitui o formato físico?”. Enquanto uns defendem a imortalidade do livro físico, do seu cheiro e da experiência de virar a página, outros defendem a conveniência dos e-books. O original livro físico tem vindo a perder adeptos devido ao seu custo e à “inconveniência” de o transportar, dado que o e-book tanto pode estar associado a um aparelho eletrónico desenhado para tal como o kindle, como apenas ao smartphone, os quais, nos seus poucos centímetros, conseguem albergar centenas de livros. Em adição a estes dois formatos, há ainda o audiobook, que gera conforto ao criar a sensação de companhia e regressa às raízes da tradição oral. Mas não será mais interessante especular sobre os futuros formatos do livro? Não será, certamente, o kindle a última grande inovação.

Com a diversidade de conteúdos surge também a questão “é um livro?”. Qual será a relação do conteúdo com o formato em que o consumimos, e será que este remove algum do seu significado e importância?

Mas é um facto que o objetivo das alternativas ao livro físico é replicar a sensação que o mesmo transmite, recorrendo a técnicas como reproduzir o virar da página num ecrã. Qual será então a futura forma de replicar o sentimento de ler um livro? Com o avanço da inteligência artificial e da medicina haverá alguma forma de o fazer sem recorrer a nenhum elemento físico? Por agora, apenas podemos aguardar e especular a existência de chips implantados no cérebro contendo uma biblioteca ou telepatias que nos transmitem enciclopédias.


Maria Fonseca

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