Nada Tudo está por inventar
No que toca à
evolução do livro nos últimos anos, pode parecer que tudo o que tinha a ser
inventado, já o foi. Este sentimento exasperante deriva da abundância de
conteúdo ao nosso alcance com apenas um clique, o qual faz parecer impossível
ter um pensamento original. No entanto, a história tem um precedente de nos
surpreender.
O que durante
muito tempo sempre foi um aglomerado de folhas, hoje vem a ser representado de variadas
formas e a diversidade dos formatos do livro alimenta o recorrente debate “o
formato digital substitui o formato físico?”. Enquanto uns defendem a
imortalidade do livro físico, do seu cheiro e da experiência de virar a página,
outros defendem a conveniência dos e-books. O original livro físico tem vindo a
perder adeptos devido ao seu custo e à “inconveniência” de o transportar, dado
que o e-book tanto pode estar associado a um aparelho eletrónico desenhado para
tal como o kindle, como apenas ao smartphone, os quais, nos seus poucos centímetros,
conseguem albergar centenas de livros. Em adição a estes dois formatos, há
ainda o audiobook, que gera conforto ao criar a sensação de companhia e
regressa às raízes da tradição oral. Mas não será mais interessante especular
sobre os futuros formatos do livro? Não será, certamente, o kindle a última
grande inovação.
Com a
diversidade de conteúdos surge também a questão “é um livro?”. Qual será a
relação do conteúdo com o formato em que o consumimos, e será que este remove
algum do seu significado e importância?
Mas é um facto que o objetivo das alternativas ao livro físico é replicar a sensação que o mesmo transmite, recorrendo a técnicas como reproduzir o virar da página num ecrã. Qual será então a futura forma de replicar o sentimento de ler um livro? Com o avanço da inteligência artificial e da medicina haverá alguma forma de o fazer sem recorrer a nenhum elemento físico? Por agora, apenas podemos aguardar e especular a existência de chips implantados no cérebro contendo uma biblioteca ou telepatias que nos transmitem enciclopédias.
Maria Fonseca
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