Na verdade, não se trata de uma dicotomia, a edição consegue conciliar os dois aspetos. É, assim, parte do trabalho do editor ter em consideração o cenário cultural e em simultâneo “ajustar” a obra para a publicação, visando o seu público e tornando-a mais rentável.
Vale ressaltar que nas últimas décadas, tem aumentado o reconhecimento do valor económico da cultura e o direito dos profissionais a serem remunerados pelo seu trabalho, porém a pandemia abateu-se de forma trágica sobre o setor cultural. Durante o isolamento, as artes desempenharam um papel essencial e muito contribuíram para a nossa sanidade mental.
Os artistas e os profissionais da cultura ofereceram o seu trabalho através das plataformas digitais. Um exemplo disso é escritor brasileiro José Roberto Torero que diariamente postava nas suas redes sociais sátiras a respeito do ex-presidente Jair Bolsonaro. Atualmente, através do trabalho editorial, essas publicações ganharam uma dimensão económica e estão compiladas em 6 volumes pela editora Padaria dos Livros.
Em suma, o editor está nesta posição de negociação entre a economia e a cultura de maneira que elas se complementem e não atuem de maneira dicotómica como sugere o questionamento inicial.
Bianca Elisa Pagan Rodrigues
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